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Entenda

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Muitos produtos que você come são prejudiciais a sua saúde e bem-estar, sem você saber. Por isso, há pelo menos seis anos, o Idec defende o seu direito de saber o que come pressionando por mudanças nas regras dos rótulos dos alimentos.

Mais do que nunca, neste momento de crise sanitária, estamos reavaliando hábitos para proteger a nossa saúde. Precisamos de informações claras e corretas nas embalagens dos alimentos para que as pessoas possam fazer escolhas mais conscientes e saudáveis.

A ciência já provou que a maneira mais eficaz de informar o consumidor sobre as reais características de um produto é exibindo alertas na parte da frente das embalagens.

Produtos ultraprocessados como refrigerantes, biscoitos, macarrão instantâneo, salgadinhos de pacote, molhos prontos, dentre outros, escondem características perigosas em meio a informações técnicas, complicadas e, muitas vezes, enganosas.

GRÁFICO - MORTES POR DOENÇAS CRÔNICAS
GRÁFICO - MORTES POR DOENÇAS CRÔNICAS
 

 

Mas as coisas estão mudando...

Desde 2014, o Idec representa os consumidores em um grupo de trabalho criado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para melhorar os rótulos dos alimentos, defendendo o modelo que traz um triângulo preto na parte da frente das embalagens e alerta para a presença em excesso de açúcar, sódio e gorduras, assim como a presença de adoçantes e gorduras trans.

O modelo dos triângulos foi proposto pelo Idec em parceria com especialistas em design da informação da UFPR (Universidade Federal do Paraná) e é apoiado por dezenas de parceiros . Pesquisas já comprovaram que o triângulo é a forma mais eficaz de informar o consumidor na hora da compra, e até a Anvisa, em um de seus relatórios, deixou isso claro.

Mas, em setembro de 2019, a Anvisa propôs o design da lupa para a rotulagem nutricional frontal, sem apresentar as evidências científicas que respaldam a decisão. O modelo de lupa está em avaliação no Canadá, mas já recebeu críticas de especialistas em saúde pública do país. Além disso, não passa a ideia de advertência e diminui o poder do símbolo, uma vez que, independente do número de nutrientes críticos presentes no produto, somente um selo é inserido.

De setembro a dezembro de 2019, a agência abriu uma consulta pública para que a população pudesse opinar sobre qual é o melhor modelo de rotulagem para o Brasil. Agora, o Idec e todos os consumidores aguardam o resultado dessa consulta, previsto para setembro de 2020.

 

TODO ALIMENTO PROCESSADO OU INDUSTRIALIZADO É RUIM?

Não. Nem todo alimento processado ou industrializado é ruim para sua saúde. Processamentos básicos, como moer, desidratar, pasteurizar, refrigerar, congelar, fermentar e embalar são geralmente necessários e benéficos.

Praticamente todos os alimentos que consumimos são processados de alguma forma. Grãos são transformados em farinhas e massas, leites são pasteurizados, carne frescas são congeladas ou desidratadas, dentre outros exemplos. Nenhum guia alimentar recomenda o consumo apenas de alimentos frescos, e o consumidor não deve achar que todo alimento processado ou industrializado é não saudável.

Os produtos ultraprocessados, porém, são considerados não saudáveis porque seus ingredientes principais fazem com que, com frequência, eles sejam ricos em gorduras, açúcares ou sódio e, muitas vezes, simultaneamente ricos em gorduras, sódio e açúcares. É o caso de produtos como refrigerante, bolos industrializados, macarrão instantâneo, biscoitos recheados, balas, néctares, e muitos outros.

Saiba mais sobre este tema acessando o Guia Alimentar Para a População Brasileira, do Ministério da Saúde

 

 

COMO FICA NA PRÁTICA

Modelo de advertências, como o triângulo, já testado em outros países, ou o modelo de lupas, sem evidências científicas que comprovem sua eficácia?

Rotulagem Rotulagem
Rotulagem Rotulagem
 
 

 

Triângulo x Lupa

Gráfico

Proposta do Idec (Triângulos)

  • Baseado no modelo utilizado no Chile desde 2016. Possui evidências científicas que comprovam a mudança de hábito e no entendimento da população do país após a implementação1.
  • Os alimentos embalados podem ter até três ícones, ou seja, quanto mais nutrientes críticos, mais símbolos podem aparecer.
  • Símbolo de advertência, que é o mais eficiente para auxiliar os consumidores a identificar produtos com alto conteúdo de nutrientes prejudiciais à saúde2.
  • Proposta testada com os consumidores brasileiros e que possui evidências científicas que comprovam suas vantagens em comparação aos outros modelos de rotulagem existentes3,4,5.
  • Permite interpretações rápidas de crianças pequenas ou adultos não alfabetizados (quanto mais triângulos, pior, quanto menos, melhor).
  • Defendido pelos maiores especialistas do mundo. Pesquisadores, nutricionistas e médicos garantem que esse é o modelo que melhor informa o consumidor e ajuda no combate a doenças como obesidade.
Gráfico

Proposta Anvisa (Lupa)

  • Modelo ainda está sendo avaliado para ser adotado no Canadá.
  • Independente do número de nutrientes críticos presentes no produto, somente um selo é inserido.
  • Modelo semi-interpretativo.
  • Sem estudos publicados que comprovem a superioridade em relação ao modelo de advertência.
  • Exige que o consumidor seja alfabetizado, deixando de fora crianças pequenas e adultos não alfabetizados.
  • Pesquisadores e profissionais de saúde do Canadá já criticaram o modelo, pois os consumidores precisam ler as informações e não conseguem entendê-las somente com o símbolo.
 
 
 
 

Somos uma organização civil independente que atua coletivamente para proteger e ampliar os direitos dos consumidores. É graças aos nossos associados e apoiadores que conseguimos realizar todo esse trabalho. Ao se associar ao Idec, você contribui com causas como essa e ainda tem acesso a vantagens exclusivas para ser um consumidor mais exigente.

 
 

 
1.Correa T, Fierro C, Reyes M et al. Responses to the Chilean law of food labeling and advertising: exploring knowledge, perceptions and behaviors of mothers of young children. International Journal of Behavioral Nutrition and Physical Activity 2019; 16(1):21.
2. Arrúa A, Machín L, Curutchet MR et al. Warnings as a directive front-of-pack nutrition labeling scheme: comparison with the Guideline Daily Amount and traffic-light systems. Public Health Nutrition 2017; 20(13): 2308-17.
3. KHANDPUR, N. et al. Are front-of-package warning labels more effective at communicating nutrition information than traffic-light labels? A randomized controlled experiment in a Brazilian sample. Nutrients, v. 10, n. 6, p. 688, 2018.
4. KHANDPUR, N. et al. Choosing a front-of-package warning label for Brazil: A randomized, controlled comparison of three different label designs. Food Research International, v. 121, p. 854-61, 2019.
5. SATO, P. M. et al. Consumers’ opinions on warning labels on food packages: a qualitative study in Brazil. PLOS ONE, 2019.