Os sistemas alimentares, que representam tudo aquilo que tem relação com a produção, distribuição, oferta e consumo de alimentos, estão cada vez mais sob o controle de um pequeno número de empresas poderosas. O controle corporativo sobre o que comemos e cultivamos prejudica o direito humano à alimentação e à nutrição, causando fome, obesidade e impactos ambientais que colaboram para as mudanças climáticas. A transformação radical dos sistemas alimentares é mais urgente do que nunca.
Uma parceria entre a FIAN Internacional e os irmãos artistas Zago Brothers desenvolveu os quadrinhos “A Captura Corporativa de Sistemas de Alimentos”, que podem ser acessados na íntegra aqui.
O material detalha como a indústria interfere na lógica de se produzir comida e de se ofertar alimentos – e como isso causa impactos negativos na saúde das pessoas e do planeta. Ilustra, de uma forma artística e intuitiva, como as grandes empresas do agronegócio, de finanças, de tecnologia e de alimentos usam seus recursos para influenciar os sistemas alimentares.
Originalmente produzida em inglês para série da ESCR-Net, a publicação ganhou versão em português por iniciativa da FIAN Brasil – Organização pelo Direito Humano à Alimentação e à Nutrição Adequadas e do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), no intuito de fortalecer o debate sobre o tema no Brasil.
Os quadrinhos “A Captura Corporativa de Sistemas de Alimentos” foram lançados nesta semana, durante evento de estreia do documentário “Big Food: O Poder das Indústrias de Ultraprocessados”, que também denuncia a influência das grandes corporações na saúde pública.
“Se antes eram os países mais ricos que dominavam os sistemas alimentares, hoje são as grandes corporações que exercem esse domínio, o que tem gerado graves violações de direitos, em todo o mundo”, destaca a secretária-geral da FIAN Brasil, Valéria Burity.
Para Janine Coutinho, coordenadora do Programa de Alimentação Saudável e Sustentável do Idec, a iniciativa é uma importante ação para comunicar de maneira didática as complexas relações entre empresas, governos e nossa alimentação. “Precisamos promover de maneira urgente uma transição para Sistemas Alimentares focados nos direitos humanos, e não nos interesses das empresas de aumentarem seus lucros. Só assim poderemos combater as crises globais de fome, obesidade e mudanças climáticas”, defende ela.
Acesse a íntegra dos quadrinhos “A Captura Corporativa de Sistemas de Alimentos”.