Advertência ou semáforo: qual é o melhor modelo de rotulagem de alimentos para o Brasil?
O Brasil se comprometeu formalmente com as metas para a Década de Ação em Nutrição da ONU (Organização das Nações Unidas), e um dos passos para chegar lá é adotar a rotulagem na parte da frente das embalagens de produtos alimentícios. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) já está discutindo a questão desde 2014. Mas qual será o melhor modelo? Um estudo testou a eficácia de diferentes modelos de rotulagem. Descubra o resultado.
Pesquisadores
Instituições
Publicação
Todas as embalagens de alimentos contêm, na maioria das vezes em letras miúdas, os ingredientes que compõem aquele produto. Mas será que isso é suficiente para alertar os consumidores a respeito do que eles estão consumindo? Para combater problemas como doenças cardiovasculares e obesidade, causados, entre outros motivos, por más escolhas alimentares, o Brasil tem debatido a implementação da rotulagem frontal, que é a inclusão das informações nutricionais dos alimentos na parte da frente da embalagem. Existem dois principais modelos em discussão, o de advertência e o de semáforo. Pesquisadores brasileiros analisaram as duas propostas para saber, principalmente, qual era mais eficiente e se essa mudança nas embalagens influenciaria os consumidores na hora da compra de alimentos. A pesquisa mostrou que a rotulagem frontal de advertência aumenta as chances de a população consumir alimentos saudáveis e de entender o conteúdo nutricional dos alimentos.
Metodologia
Os participantes da pesquisa foram selecionados a partir das suas características sociais, econômicas, geográficas e educacionais para representar a população brasileira. De um total de 3.353 pessoas, 1.607 responderam a pesquisa completa. O estudo foi realizado online e teve como finalidade simular uma compra em um supermercado. Inicialmente, os consumidores tiveram que analisar imagens de alimentos sem rótulos frontais. Na segunda parte da pesquisa, analisaram aleatoriamente um dos dois modelos estudados nas embalagens.
-
1.607
participantes -
804
responderam questões referentes ao modelo de semáforo -
803
responderam questões referentes ao modelo de advertência
Conclusão
A pesquisa mostrou que os rótulos com advertências levaram a um aumento de 16,1% na intenção de comprar a opção relativamente mais saudável, comparando com a primeira etapa da pesquisa, quando os participantes responderam sobre sua predisposição de comprar os produtos sem rótulo frontal. A mesma intenção entre os que tiveram contato com o modelo de semáforo aumentou apenas 9,8%. Além disso, a presença da rotulagem frontal de advertência melhorou a capacidade de os participantes identificarem quais produtos contêm determinados nutrientes em excesso. Os participantes que responderam questões referentes ao modelo de advertências identificaram corretamente 24,6% mais produtos, se comparados ao controle (produtos que não tinham nenhum dos modelos de rótulos frontais), enquanto os que viram o modelo de semáforo melhoraram sua capacidade de identificar os produtos mais saudáveis em apenas 3,3%.
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24,6%
dos alimentos com triângulos foram identificados corretamente -
3,3%
dos produtos com semáforo foram classificados sem erros
Artigo Científico
Materiais de apoio
Leis e projetos para se inspirar
Casos inspiradores
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Rotulagem nutricional frontal no Chile (em espanhol)
Os produtos processados e ultraprocessados disponíveis nas prateleiras dos supermercados chilenos passam a exibir alertas na forma de um octógono preto na parte da frente das embalagens que sinalizam quantidades excessivas de nutrientes prejudiciais para a saúde, como sódio, açúcar e gordura. Pesquisas realizadas com a população, após a aplicação da lei, comprovam a eficiência da norma.
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Rotulagem nutricional frontal no Uruguai (em espanhol)
A partir de um decreto assinado pelo presidente do país, alimentos com quantidades excessivas de sódio, açúcar, gorduras e gorduras saturadas devem apresentar um octógono de advertência nas cores branca e preta. O Uruguai é o primeiro país do Mercosul e terceiro das Américas a implementar o rótulo frontal de advertências, que também está sendo aplicado para regular os alimentos em escolas e compras governamentais.
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Rotulagem nutricional frontal no Peru (em espanhol)
O Manual de advertências publicitárias do Peru prevê a rotulagem nutricional frontal de produtos que tenham uma quantidade excessiva de sódio, açúcar e gordura saturada. O governo optou por um modelo igual ao dos chilenos, com a colocação de octógonos pretos na parte superior direita das embalagens.
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Rotulagem nutricional frontal no México (em espanhol)
Em março de 2020, o Governo Mexicano publicou nova Norma de Rotulagem com advertências. A norma é considerada a avançada do mundo, seguindo critérios da Organização Pan-Americana de Saúde .
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